A história por trás da Ana Queiroz

Meu interesse pela psicologia surgiu na adolescência, impulsionado por uma curiosidade profunda sobre o que motiva o comportamento humano. Sempre fui apaixonada por livros, filmes e séries de mistério, e, posteriormente, comecei a acompanhar casos criminais. Isso despertou em mim a curiosidade de compreender as diferentes razões que levam as pessoas a agir de maneiras tão diversas, mesmo em situações semelhantes. Essa busca me motivou a explorar a subjetividade humana de forma mais aprofundada.

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Durante a faculdade, meus horizontes em relação a essas questões se ampliaram. Ao ter contato com as diversas explicações das diferentes abordagens e linhas teóricas, optei por seguir a fenomenológico-existencial. Identifiquei-me com suas explicações sobre o comportamento humano, entendendo a vivência das pessoas a partir de suas próprias perspectivas, com ênfase na liberdade, na responsabilidade e no sentido da existência.

Embora minha curiosidade inicial estivesse voltada para o comportamento em contextos criminais, minha trajetória acadêmica e profissional tomou outros rumos. Da graduação à vida profissional, atendi vítimas de diversas formas de violência, como violência familiar, doméstica, sexual, LGBTfobia e de gênero. Também atuei com psicoterapia em grupo durante um estágio focado nas demandas de mulheres idosas e participei de projetos de pesquisa e extensão com diversos enfoques, incluindo segurança pública, avaliação psicológica no contexto da segurança, idosos, questões de gênero e orientação sexual, pessoas em conflito com a lei e estudos sobre perversão.

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Minha experiência com questões de gênero, aliada a vivências pessoais, despertou meu interesse por outras temáticas relacionadas a esse contexto dentro da psicologia clínica. O estudo dos transtornos alimentares surgiu inicialmente a partir da vivência de uma pessoa próxima, o que me levou a buscar mais conhecimento sobre o tema. Quanto mais me aprofundava, mais me sensibilizava para a complexidade dos fatores envolvidos – sociais, emocionais, históricos e culturais. Esse interesse me levou a me especializar na área por meio de uma pós-graduação, permitindo que eu desenvolvesse uma abordagem mais qualificada e sensível para trabalhar com essa demanda.

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Além da atuação clínica, estagiei na área de psicologia do TJDFT, onde atuei no Núcleo de Assessoramento às Varas Cíveis e de Família (NERAF). O principal objetivo dessa atuação era garantir o melhor interesse da(s) criança(s) e/ou adolescente(s), considerando seu contexto sociocultural. Após me formar, também trabalhei como Psicóloga Social com pessoas em situação de rua, em um serviço baseado na atuação humanizada, visando o fortalecimento de vínculos, o acesso a direitos sociais básicos e a inclusão social. Considero ambas as trajetórias fundamentais para o trabalho que realizo atualmente. Elas não só me proporcionaram a oportunidade de atuar com profissionais qualificados em diversas áreas e temas, como também me permitiram desenvolver uma abordagem que vai além da prática clínica tradicional. Nesses contextos, as questões sociais se tornavam mais evidentes, permitindo-me observar de perto como o contexto socioeconômico influencia emoções, pensamentos, sentimentos e comportamentos.